Por Guilherme Salvadori – Engenheiro de Vendas
A entrega de um link de internet para um cliente final pode ser realizada de diversas maneiras. Para o mercado residencial, atualmente é muito comum o acesso através da tecnologia GPON com a fibra óptica chegando dentro da casa do cliente (FTTH – Fiber to the home), sendo que o equipamento instalado na residência é uma ONU (ver artigo sobre ONUs com Wifi).
Para o mercado corporativo e entrega de dados para provedores (ISPs), a ONU nem sempre pode apresentar a performance mais adequada para esta aplicação, devido ao fato do hardware ser mais simples e a banda máxima ficar limitada em 1Gbps por causa da tecnologia.
Existem casos que o provedor opta por entregar somente um switch não gerenciável ou até um conversor de mídia que está conectado direto na porta do switch do pop ou do datacenter. No primeiro momento pode parecer uma alternativa simples e de baixo custo, porém a médio e longo prazo podem ocorrer alguns problemas. Abaixo podemos citar as dificuldades mais comuns:
Não será possível monitorar o sinal óptico, fazer testes e realizar troubleshooting nesse link.
O cliente pode estar conectado ao conversor através de um switch que não seja wirespeed, ou seja, que não consegue processar todo o tráfego contratado. Porém como não existe gerência nesse link não será possível efetuar testes remotos sem intervenção na rede do cliente para comprovar a origem do problema. Também pode não ser possível controlar a banda disponível para uso do cliente (fazer rate-limit / rate shaping).
O cliente final estará conectado diretamente ao switch do provedor, sem camada de segurança intermediária.
Qualquer loop de rede que ocorra dentro da rede do cliente poderá ser propagado para dentro da rede do provedor, ocasionando um possível travamento do switch no qual está conectado.
Equipamentos não gerenciáveis dificilmente implementam protocolos de proteção de links, como por exemplo xSTP, EAPS e ERPS (Estes últimos com convergência em torno de 50ms). Sendo assim não será possível fornecer links com SLAs mais altos.
Caso o cliente solicite uma ampliação da velocidade do link que seja superior a velocidade da porta, não será possível fazer a agregação de portas (Link Aggregation) para fornecer mais banda ao cliente sem precisar trocar o equipamento.
Com a popularização da tecnologia Ethernet no acesso, em 2004 o Metro Ethernet Forum (MEF) estabeleceu um modelo de referência para redes Metro ethernet de transporte e acesso, onde especifica que deve haver um equipamento para demarcar o limite entre a rede da operadora e a rede do cliente.
Figura 1 - Modelo básico de referência de rede. Fonte: MEF 4
Com isso, surge o conceito de switch EDD (Ethernet Demarcation Device), um equipamento que atua como controlador de serviços entre a operadora/provedor e o cliente final. A grande vantagem no uso deste equipamento é a gerência completa do link através de OAM – Operação Administração e Manutenção. Podemos definir OAM como um conjunto de ferramentas necessárias para monitorar, detectar e isolar falhas em uma rede.
A utilização do EDD como switch de acesso, minimiza os problemas de rede citados anteriormente e agrega valor ao serviço prestado pelas operadoras e provedores, pois favorece o cumprimento do SLA estabelecido com o cliente.
A Datacom possui uma linha completa de switches compactos, que vão desde modelos L2 com portas Gigabit Ethernet até modelos mais completos com portas 100 Gigabit Ethernet e funcionalidades L3/MPLS. Estes switches são bastante versáteis, todavia são uma referência no mercado nacional para aplicações de Demarcadores Ethernet.
Os EDDs Datacom podem ser divididos nas seguintes famílias: DM2100, DM2300, DM4360, DM4370 e DM4380. Todos os modelos de EDD da Datacom são wirespeed, isso significa que o processamento de pacotes é realizado no hardware em chip dedicado, sendo possível entregar a capacidade máxima das interfaces sem perdas e sem travamentos, não ocupando processamento da CPU.
Família DM2100 – EDD 1GbE
O EDD DM2100 é um switch Gigabit Ethernet, wirespeed, de camada 2 (L2) completo, que possui as funcionalidades de marcação de VLAN e double tagging (Q-in-Q), OAM, CFM, QoS, ACLs, Link Aggregation, Protocolos de proteção em Anel (xSTP, EAPS e ERPS), entre outros.
Aplicações DM2100
Este equipamento é utilizado pelas maiores operadoras de telecomunicações do Brasil e da América Latina. A principal aplicação é a entrega de circuitos de dados em Gigabit Ethernet no cliente final. O DM2100 possui também a funcionalidade de emulação de circuitos E1 sobre Ethernet, possibilitando a integração da tecnologia TDM com as redes IP. No artigo “Solução de transporte E1 sobre redes IP / Ethernet para provedores STFC” é possível conhecer mais detalhes desta aplicação.
Topologia Sugerida:
A família é composta por 6 modelos, que possuem até 4 portas WAN ópticas 100 / 1000Base-X ou 1000Base-X, até 6 portas elétricas 10/100/1000 Base-T e até 8 portas E1 (RJ45) com impedância 75 ou 120 ohms. Mais detalhes sobre os modelos é possível verificar na página do produto DM2100.
Família DM2300 – EDD 1GbE
A Família de EDDs DM2300 é composta por 6 modelos de switches Gigabit Ethernet, wirespeed, de camada 2 (L2), possui as funcionalidades de marcação de VLAN e double tagging (Q-in-Q), OAM, CFM, QoS, ACLs, Link Aggregation, Protocolos de proteção em Anel (xSTP, EAPS e ERPS), entre outros.
O DM2300 possui como grande diferencial ter um Testset Ethernet embarcado.
Aplicações DM2300
A principal aplicação dos switches DM2300 é a entrega de circuitos de dados em Gigabit Ethernet no cliente final. Implementando uma suíte completa de testes RFC2544 e Y.1564, dispensam o uso de qualquer outro equipamento testador externo para verificação, ativação e depuração de circuitos Ethernet. Apresentam test reports automatizados que mapeiam as características de performance de cada circuito antes de o mesmo entrar em operação.
Um modo de loopback inteligente também é oferecido, permitindo a operação dos switches em conjunto com testadores remotos. Com esta funcionalidade o provedor de rede pode dispensar a ida de técnicos a campo para avaliar as conexões de seus clientes, pois todos os testes podem ser disparados e os resultados coletados remotamente.
Topologia Sugerida:
Assim como a família DM2100, O DM2300 também possui a funcionalidade de emulação de circuitos E1 sobre Ethernet. Além disso, para atender aplicações com requisitos rígidos de sincronismo, os modelos DM2302 adicionam uma referência interna de qualidade Stratum-3 através de portas de relógio e fase dedicadas no painel frontal. Além de suportar a ligação direta de equipamentos GPS como referência padronizada externa (Suporta os padrões G.8261 e IEEE 1588-2008 OC), o DM2300 permite que as portas Ethernet e E1 também façam parte da hierarquia de relógio do sistema.
Os modelos possuem até 4 portas 10/100/1000Base-T (RJ45), até 4 portas 100 /1000Base-X (SFP) e a 3 modelos com possibilidade de 8 portas E1 (RJ45) com impedância 75 ou 120 ohms. Mais detalhes sobre os modelos é possível verificar na página do produto DM2300.
DM4360 – EDD 1GbE MPLS
O DM4360 é um Switch Gigabit Ethernet para demarcação de redes Metro Ethernet (EDD – Ethernet Demarcation Device), com quatro (04) uplinks ópticos de 1Gb e quatro (04) portas 1GE elétricas (RJ45), fonte AC/DC interna full-range e fonte redundante externa. O software embarcado é o DmOS, sistema operacional modular da Datacom, com suporte a uma série de funcionalidades L2/L3, e conta com o grande diferencial que é o suporte a MPLS direto no switch de acesso do cliente (CPE).
Aplicações DM4360
A possibilidade de entregar o MPLS direto no acesso é um grande diferencial deste produto, o que permite reduzir custos operacionais, visto que no MPLS o provisionamento dos serviços é feito apenas nos PEs (Provider Edge), no caso do DM4360 o destino final do MPLS é o próprio CE (Costumer Edge – EDD MPLS 1GE DM4360).
O DM4360 suporta as mais variadas aplicações, podemos destacar os principais cenários:
Abaixo está a topologia de rede que ilustra algumas destas aplicações:
No artigo “viabilizando o acesso mpls” é possível verificar detalhes mais completos sobre as aplicações e funcionalidades do DM4360.
DM4370 – EDD 10GbE MPLS
O DM4370 é um Switch 10Ggb Ethernet para demarcação de redes Metro Ethernet (EDD – Ethernet Demarcation Device), com quatro (04) portas ópticas de 1Gb, quatro (04) portas 1GE elétricas (RJ45) e quatro (04) portas ópticas de 10Gb (SFP+), fonte AC/DC interna full-range e fonte redundante externa. O software embarcado é o DmOS, sistema operacional modular da Datacom, com suporte a uma série de funcionalidades L2/L3, e conta com o grande diferencial que é o suporte a MPLS direto no switch de acesso do cliente (CPE).
Aplicações DM4370
Assim como o DM4360, o DM4370 se destaca devido a possibilidade de atender a última milha (acesso) diretamente com o protocolo MPLS. Como possui 4 portas de 10Gb, é possível entregar links de alta capacidade com um equipamento compacto e com baixo custo.
O DM4370 pode ser utilizado tanto em aplicações de Acesso quanto Agregação Metro Ethernet. Os produtos suportam topologias em anel, estrela ou linear, garantindo assim total flexibilidade para o atendimento dos requisitos das mais variadas topologias de rede.
DM4380 – EDD 100GbE MPLS
O DM4380 é um Switch 100Gb Ethernet standalone L2/L3/MPLS, com 1U de altura, e padrão para racks 19 polegadas. Fornece alta capacidade de comutação (wirespeed) para o atendimento das crescentes demandas de agregação de tráfego IP em redes de acesso e agregação Metro Ethernet, redes corporativas de alta capacidade e agregação de servidores e redes em Datacenters, sempre fornecendo alto desempenho e confiabilidade.
O equipamento possui 12 portas de 10GbE para acesso e 3 interfaces 40GbE/100GbE QSFP28, além de fontes de alimentação redundantes hot-swap com opções AC ou DC. O sistema operacional é o DmOS, o que garante robustez e alta disponibilidade de serviços.
Aplicações DM4380
Conforme mencionado no artigo “Invista em um switch 100GbE MPLS com comutação em hardware”, o DM4380 é o switch 100GbE MPLS com o melhor custo benefício do mercado. A versatilidade é uma das principais características do DM4380, sendo possível a utilização como switch de concentração, agregação e até mesmo acesso. A topologia abaixo ilustra bem a flexibilidade deste produto:
O software DmOS está sempre em constante evolução, um exemplo é a funcionalidade RSVP que foi implementada a na versão 5.6 (confira o artigo). O RSVP está disponível para os produtos apresentados neste artigo: DM4360, DM4370 e DM4380.
Conclusão
O termo EDD auxilia no posicionamento do produto na rede, mas não é necessariamente um rótulo para limitar a sua utilização. Como mencionado anteriormente, os Switches EDDs são muito versáteis, os cenários citados neste artigo são somente algumas sugestões, diversas outras aplicações são possíveis utilizando esses equipamentos.
Abaixo segue a tabela resumo com todas as famílias de EDDs e suas principais características:
* através de licença
Os EDDs também são gerenciáveis pelo DmView, que é o Software de Gerência da Datacom. Com o DmView é possível supervisionar e configurar os equipamentos Datacom, disponibilizando funções para gerência de supervisão, falhas, configuração, provisionamento, auditoria, desempenho, segurança, inventário, descoberta de redes e mapas topológicos. A opção Enterprise Lite (até 15 elementos) é gratuita, e está disponível para download no site de autoatendimento de suporte da Datacom (solicite no próprio site um usuário para acesso, caso ainda não tenha acesso): https://supportcenter.datacom.com.br.
Além dos produtos mencionados neste artigo, a Datacom possui uma linha completa de switches MPLS, interoperáveis com equipamentos dos maiores fabricantes do mercado, que contemplam o DM4000, DM4100, DM4170, DM4270 e DM4700.
Se você tem dúvidas sobre a aplicação do MPLS e se ele realmente é necessário para a sua rede, não deixe de ler o artigo “5 motivos para usar MPLS no seu provedor”.
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A Datacom conta com uma estrutura completa em sua matriz onde são ofertados treinamentos presenciais. No treinamento será possível manipular os equipamentos, realizar configurações de diversas topologias e cenários de aplicação em um ambiente de laboratório completo, além de poder contar com a ajuda dos nossos profissionais em uma série de boas práticas que ajudarão muito na operação de sua rede.
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